Interpretacion de la locura y acciones concretas en el Hospital Jose A. Estev...

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Instituto de Ciencias

Interpretacion de la locura y acciones concretas en el Hospital Jose A. Esteves, de Lomas de Zamora (1908-1971)

O objetivo destetrabalho é analisar as formas de interpretar e atuar ante as patologias psiquiátricas nos hospitais da província de Buenos Aires, no marco do processo de incorporação e consolidação da psiquiatria como disciplina medica na America Latina e especialmente na Argentina, no século XX. Para a abordagemdesta problemática, a tese concentra-se na  análise de umainstituição psiquiátrica em especial: o Hospital J.A. Esteves de Lomas de Zamora (instituição para mulheres que foium anexo do Hospital Nacional de Alienadas até a década de 1940), emduaspatologiasem particular, a demênciaprecoce e a esquizofrenia, num grupo de atores que têmcorrespondênciacomos médicos psiquiatras que trabalharamnessainstituição, e numapopulação completa de pacientes mulheres que foram internadas até seufalecimento no hospital. A pesquisa foi realizada entre o ano de fundação do hospital mencionado e o ano 1971, momento em que finalizou o Projeto Piloto das Comunidades Terapêuticas, que teve lugar nessainstituição. Especificamente, se pretende explicar a relação entre as formas de compreender a loucura e a variedade de diagnósticos e tratamentos utilizados pelos médicos para abordá-la.

Para o desenvolvimento da problemática, a pesquisa baseia-se narelaçãodialética e interativa entre o contexto de possibilidades de interpretação dos psiquiatras, pautado pela circulação de leituras, de traduções e produções, e o trabalhoclinico psiquiátrico. Neste marco, consideramos que o olhar dos psiquiatras foi permeado pelo entorno social e cultural que modificouseudesempenhoprofissional. Podemos denominar esta relaçãodialética e interativa como “olho clínico”, hipótese de trabalho que nos permite articular distintos aspectos do que foi a vida no hospital Esteves: as práticasmedicas, as teorias sustentadas e algunsindícios sobre a vida das pessoas que habitavamnainstituição. Oolho clínico foiassimum ponto de chegada e não de partida do percurso da pesquisa.

Emrelaçãoaos atores centrais da pesquisa, as pacientes uma vez internadas, sofreramumprocesso de cronificação até suamorte, e sóumnumero limitado delas receberamalgumtratamento, o qualnãolhespermitiu a cura. No que se refereaos psiquiatras, não pretendemos encontrar umolhar unívoco no conjunto dos médicos dedicados ásaúde mental, pois a psiquiatriafoi e é um campo disciplinar composto por umadiversidade de posições, teorias e explicações que se vinculam, assimmesmo, comcritérios de tipo institucionais que mudamcom o tempo. O contexto no qualdesenvolvemseutrabalho os médicos, foi o hospital. Portanto, outro de nossos objetivos é analisar a orientação da instituição e o impacto dessaorientação nos critérios clínicos.  Neste marco, consideram-se  as influências do Estado e daquelas entidades ouinstituições que em momentos diferentes se ocuparam do rumo do hospital emestudo, como a Sociedade de Beneficência da Capital Federal.

Para a reconstrução e interpretação do processo pelo qual os psiquiatras interpretaram a loucura e la abordaram desde a clínica, optamos por analisar  os quadros de demênciaprecoce e de esquizofrenia, que foram os diagnósticos de psicoses paradigmáticas dentro da psiquiatria do último século. A partir destas nosologias, tentamos reconstruir e interpretar as práticas psiquiátricas dos médicos, mediante o diálogo do trabalho clínico e seu correlato teórico.

Consideramos que o modo maisapropriado para nos aproximar à clinica no campo da psiquiatria é a partir dos diagnósticos realizados às pacientes. Desde os argumentos mencionados, as fontesselecionadas para nossaabordagem do problema de estudoforam as historias clínicas do Hospital Esteves, das pacientes mortas no marco temporal que pesquisamos, e artigos médicos de autores que trabalhavam no campo psiquiátrico argentino. As historias clinicasconstituemum lugar de registro onde se pode visualizar como se configurou o trabalho dos médicos, e interpretar o impacto que produziu a internação e as praticas psiquiátricas no comportamento dos pacientes. Enfocamos-nos emdois aspectos que estão presentes nas historias clinicas: o diagnostico e as terapias. Para os diagnósticos, relevamos todos aqueles registrados e nos centramos no caso de estudo ─demênciaprecoce e esquizofrenia─. O objetivo de recuperar os tratamentos que se praticaram no hospital radica em  compreender como se precedeu ante as patologiasmentaisnainstituição hospitalaria, em particular no Esteves, e que formulações teóricas e conceptuaisapareciam sobre elas nos artigos médicos. Achamos que o olhar medico pode se observar também no modo de descrever os tratamentos.

Os diagnósticos e tratamentosforam registrados em expedientes cuja confecçãodemonstra a interação do psiquiatra com documentos e princípios teórico-psiquiátricos que modificaram permanentemente suasnoções sobre as patologias e seusdesenhos protocolares para abordá-las. Toda esta informaçãofoi abordada pelo psiquiatra mediante a leitura e debate de artigos científicos específicos, aos que se acessavaatravés de textos europeus que chegavam, estadias de estudo por diversos países do velho continente e nasproduçõeslocais dos seus colegas nas revistas medicas de tópicos psiquiátricos. Portanto, esta tese toma estas ultimasproduçõescientificas mencionadas como fontes e as analisa levando emconta o seguinte:  os médicos locaisutilizaram conceptos estrangeiros para abordar, interpretar e desarrolharsuas pesquisas. Assimmesmo, estesprincípiosforam readaptados com grande plasticidadeàsnecessidadesclinicas e àsintenções teóricas que se apresentavam, sem importar suaprocedência (articulando conceitos franceses e alemães). Aomesmo tempo, estas produçõesvariaram segundo o momento de emissão e o tipo de patologiaao que se referia. Comrespeito à demênciaprecoce e à esquizofrenia, se tratava duma descrição técnica muito ligada à letra europeia; nestes casos se faziaumesforço por encaixar os próprios casos clínicos nestas lógicas produzidas no outro lado do mar.

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